sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Rock in Rio é um festival de música

Música

O Rock in Rio é um festival de música idealizado pelo empresário brasileiro Roberto Medina e realizado pela primeira
vez em 1985


O Rock in Rio foi realizado pela primeira vez na cidade do Rio de Janeiro, Brasil entre 11 e 20 de janeiro de 1985 em área especialmente construída para receber o evento. O local, um terreno de 250 mil metros quadrados que fica no bairro de Jacarepaguá, ficou conhecido como "Cidade do Rock" e contava com o maior palco do mundo já construído até então: com 5 mil metros quadrados de área, além de dois imensos fast foods, dois shopping centers com 50 lojas, dois centros de atendimento médico e uma grande infra-estrutura para atender a quase 1,5 milhão de pessoas - o equivalente a cinco Woodstocks. 


A grande fama do evento deveu-se ao fato de que, até sua realização, as grandes estrelas da música internacional não costumavam visitar a América do Sul. Desta forma o público local tinha ali a primeira oportunidade de ver de perto os ídolos do rock e do pop internacionais. Logo depois do fim do Rock In Rio, a "Cidade do Rock" foi demolida por ordem do então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola. A organização do festival ainda pediu ocupação provisória do terreno com o intuito de manter a sua posse, após o fim do evento, caracterizando invasão de propriedade pública. No entanto, Brizola decretou sua demolição para efetuar a reintegração de posse do terreno à União.

Graças ao enorme sucesso do evento original, Medina promoveu, entre 18 e 26 de janeiro de 1991, o Rock in Rio II. A segunda edição do evento foi, porém, realizada no estádio de futebol do Maracanã, cujo gramado foi adaptado para receber o palco e os espectadores (700 mil pessoas, em 9 dias de evento), que também puderam assistir ao evento das arquibancadas do estádio (por preços um pouco maiores do que aqueles do gramado). Após novo intervalo, o ano de 2001 viu a realização do Rock in Rio III, nos dias 12 a 14 e 18 a 21 de janeiro.

Nesta ocasião, os organizadores decidiram construir uma nova "Cidade do Rock", no mesmo local onde fora a primeira, com a inédita capacidade de 250 mil espectadores por dia e "tendas" alternativas onde se realizaram concertos paralelos aos do palco principal. Havia tendas de música eletrônica ("Tenda Eletro"), música nacional ("Tenda Brasil", na qual artistas brasileiros apresentavam-se), música africana ("Tenda Raízes") e música mundial ("Tenda Mundo Melhor"). O evento recebeu a legenda de "Por Um Mundo Melhor", o que se marcou com o ato simbólico de observação de cinco minutos de silêncio antes do início das apresentações no primeiro dia do evento. Às 19 horas daquele dia 12 de Janeiro de 2001, três mil rádios e 522 TVs silenciaram pela melhoria do mundo. O início e o fim do ato foram marcados pelo toque de sinos e pela libertação de pombas brancas, representando um pedido pela paz mundial.

A "Cidade do Rock" construída para o Rock in Rio III, permanece montada, à espera da quarta edição do evento, o Rock in Rio IV.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A Arte do Ineditorial do TATARITARITATÁ

ARTE NOSSA

quinta-feira, outubro 27, 2016

TUDO TEM SEU LADO BOM & RUIM & VICE-VERSA!


INEDITORIAL: TUDO TEM SEU LADO BOM & RUIM & VICE-VERSA! – Tudo não só tem um lado bom! Inevitavelmente tem outro ruim. Posto que tanto pode o malfazejo agora ser benéfico depois, como o péssimo do passado ser relativamente tido por excelente amanhã. Sim. Não? Talvez. Fica claro, então, que em tudo não há só um lado como querem os sectários, muito menos apenas dualista como defendem os maniqueístas. Além do mais, não só depende de quem olha, mas até de onde e como se dá o olhar. Admito que exista quem não enxergue lá um palmo além do nariz, ou nada além do que professe suas convicções, ou mesmo até o que possa caber a sua compreensão. Não obstante, tudo vai além de tridimensional e pode ter diversas expressões, múltiplos sentidos, infinitos olhares e interpretações, gnosiológica ou epistemologicamente falando. Cada qual, cada qual. Respeito todas as diferenças e me completo com o contradito: não sou, nunca fui e nem tenho o propósito de ser o dono da verdade – todos temos muito que aprender na vida! O que possa eu defender hoje, posso não achar mais graça nenhuma daqui a pouco, malgrado os conservadores que temem o novo; nem sou de apagar o passado com a primeira veleidade do presente, como teima vanguardista. A gente se equivoca até com o que é tido por inequívoco! Já me enganei muitas e tantas vezes, nunca perdi o aprendizado. Muitas vezes me vi sensato quando incoerente, ou congruente na parvulez: rio de mim mesmo, tenho cá meus pantins e, vez por outra, removo meus paradoxos dos ombros. Sei, tudo tem sua razão de ser: uma semente plantada que desabrochou e tomou corpo até desaparecer; um dia lá, do esquecido, volta e recomeça o ciclo e, assim, sucessivamente, de geração em geração. Assim é a vida. E vamos aprumar a conversa pras novidades do dia: na edição de hoje destaque para a filosofia de Hermes Trismegistos, a linguagem de Ludwig Wittgenstein, o pensamento de Alan Watts, a música de Alicia Del Larrocha, a poesia de Mariana Ianelli, a coreografia de Merce Cunningham, o teatro de Maria Adelaide Amaral e Marília Pêra, o cinema de Don Ross & Christina Ricci, o Congresso Internacional de Pedagogia, a escultura de Aristide Maillol, apintura de Vanessa Bell, Johfra Bosschart & Sharon Sieben; a fotografia de Luiz Cunha, a ilustração de Ana Starling, a Flor do Una de Juarez Carlos, a entrevista de Valquíria Lins, Brincar para Aprender com a Criança, Vygotsky & o Teatro, a arte de Rodrigo Branco & O evangelho segundo Padre Bidião. Veja mais 

domingo, 23 de outubro de 2016

O BRASILEIRO É SÓ UM CPF FABO ARRODEADO DE GOLPES POR TODOS OS LADOS!!!!!



CRÔNICA DA SEMANA DO TATARITARITATA


Luiz Alberto Machado

INEDITORIAL: ESPERA (Imagem:Waiting on the platform, by Anthea Rocker) - A vida levando, sombria esperança. Os dias tato tontos servindo estranheza. A utopia de ser existente. O fácil vazio que só arrefece em praça tolhida, e ser condução: esperando Pinheiros no Largo da Paz. Eu não sei agonia se espero amanhã. O fato existe em não ser amanhã. Sem tempo presente, imediato, um átimo sensível de não se expressar. Eu não sei ironia se já anoitece. Se bem que meu peito nem amanhecia. A pedra está por todos os lugares. E a solidão de um banco de praça é fruto do ermo em sensação e reveste meu corpo em chuva fininha que aglutina e já é temporal, sequer o ônibus Pinheiros, sequer, apontou no Eldorado. Minha praça vazia, meu coração. Todos os outros pegaram seu rumo e esqueceram a poeira no cansaço marcado. Já não posso molhar meu corpo na chuva, nele só cabe o mormaço da vida, esperando Pinheiros no Largo da Paz. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. (In: Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992.). Vamos agora aprumar a conversa nas novidades: na edição de hoje destaque para a condição humana de Karl Jaspers, o pensamento epistemológico de Hilton Japiassu, a literatura de João do Rio, os contos proibidos de Marquês de Sade, o teatro de Dario Fo, a música de Regina Schlochauer, a escultura de Diogo de Macedo, o Colóquio de Estudos Feminista e de Gênero, a entrevista de Bráulio Tavares, a fotografia de Herbert Matter, a pintura de Aaron Czerny, Anthea Rocker & Ghada Amer, a dança do Jazz & Cia Grupo de Dança, o Dicionário Tataritaritatá & a croniqueta O que sou de praça na graça que é dela. Para ver mais clique aqui.

Veja mais sobre:
Da História do Brasil pro FecapemaWilliam Shakespeare, Timotthy Leary, Franz Liszt, Leconte de Lisle, Nelson Pereira dos Santos, Leila Diniz, Robert Capa, Vincent Stiepevich, Coronelismo e cangaço aqui.

E mais:
A música de Dhara – Maria Alzira Barros aqui.
Sobre o Suicídio, Padre Bidião, A primavera de Ginsberg & muito mais aqui.
A educação no pensamento Marxista aqui.
As trelas do Doro: olha a cheufra! Aqui.
Fecamepa: quando embola bosta, o empenado não tem como ter jeito!!!! Aqui.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A Arte intinerante das praias da Inglaterra

SUCATAS

Strand por Stuart Haygarth3

Haygarth apresenta coleções de destroços sintéticos
habilmente organizados encontrados ao longo da costa da Inglaterra para criar uma taxonomia de lixo, esta é uma forma de produzir arte reciclando objetos, aproveitem esta ideia muito utilizada na europa até em salas de aula como aprendizado.






quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A Mudança começa agora

AnoticiA

Durante anos venho desenvolvendo as dinâmicas da notícia corporativa. Após anos divulgando matérias e trabalhos na área da cultura, resolvi assumir no nosso bloger a nova marca: ANOTICIA Multicultural. Não vamos mudar o bloger, apenas a bandeira e o nosso conteúdo voltado ao Multiculturalismo (ou pluralismo cultural). 


A política multiculturalista visa resistir à homogeneidade cultural, hoje estima-se que apenas 10 a 15% dos países sejam etnicamente homogêneos. Mas também pode ser vista como fator de enriquecimento e abertura de novas e diversas possibilidades, Charles Taylor o criador do Multiculturalismo acredita que o Indivíduo no seu entender, são únicos e não poderiam ser categorizados. Taylor definiu a democracia como a única alternativa não política para alcançar o reconhecimento do outro, ou seja, da diversidade.
Continue acessando  www.jornaldanoticia.blogspot.com.br

Um forte abraço, Jamilton Correia

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Vitalino "Vida feita de Barro" e a Arte do Alto do Moura

ARTES

Há 43 anos, morria o mestre da escultura do barro, que somente tomou conhecimento do valor de sua obra pelo olhar do Outro I Homero Fonseca
Esta matéria faz parte da Revista CONTINENTE MULTICULTURAL Edição Especial /2006 Artista de Pernambuco - Poder das Formas e Cores

Na edição de 1° de fevereiro de 1963, a revista Time publicou uma página com a notícia da morte de um artista plástico brasileiro. Raramente um conterrâneo obteve tamanha deferência da prestigiosa publicação americana. Era o necrológo de Vitalino Pereira dos Santos, nascido num distrito de Caruaru em 10 de julho de 1909 e morto a 20 de janeira daquele ano. Mestre Vitalino não tinha consciência da dimensão da arte. Já era famoso mas levava a vida como uma brincadeira. No fundo, não compreendia muito hem o valor (financeiro e simbólico) daquilo que fazia com as mãos a partir do barro apanhado às margens do rio Ipo¡uca. Ele se considerava um artista, sim: um músico. Era no pífano - que tocava em festas, novenas, bares, quintais - que se realizava como artista. Ele tomou conhecimento da importância de sua obra através dos Outro: intelectuais, jornalistas, criticos, personalidades do mundo exterior ao seu.


Vitalino foi um tipco "artista popular. Nascido de urna família humilde, ligada à roça, aprendeu com a mãe, artesã de cerâmica utilitária, a manejara argila, dando forma a pequenos bichos, chamados loiça de brincadeira". Todo o sábado, ia com a mãe e os irmãos do Alto do Moura para a feira, então nas ruas do centro de Caruaru, e ganhava uns trocados vendendo seus bonecos. Logo evoluiu e passou a criar figuras e cenas do cotidiano rural nordestino, ganhando notoriedade a partir de sua "descoberta' pelo artista plástico e divulgador de arte Augusto Rodrigues.

Durante mais de quatro décadas, produziu milhares de peças abrangendo mais de 130 temas: animais (bois, cavalos, cachorros, onças, bodes, porcos), cangaceiros, bêbados, vaqueiros, lavradores, lobisomens, violeiros, o Diabo. E cenas que representam um formidável painel antropológico das comunidades interioranas do chamado "ciclo da vida" (nascimento, casamento, morte) a procissões, vaquejadas, lavradores na roça, brigas de foice, prisão de ladrões de galinha, retirantes da seca Já maduro, refletindo sua interação inevitável com o mundo urbano, retratou dentistas, advogados, fotógrafos em ação, cirurgiões operando, locutores de rádio. Foi um extraordinário cronista do cotidiano popular, modelando no burro os símbolos, valores, preconceitos e sentimentos da gente pobre do Nordeste.

Inicialmente, pintava suas peças com cores sóbrias e dramáticas, abandonando as tintas em sua fase final, quando as peças passaram a ostentar a cor natural do barro — alguns estudiosos consideram haver sido urna imposição do mercado, dos meios cultos empenhados em "preservar a pureza da arte popular. Antes e depois da fama, Vitalino era um homem do Agreste nordestino: analfabeto, devoto do padre Cícero, pai de seis filhos vivos, conversador cheio de verve, adepto da cachaça e de jogar sueca com amigos. Ingênuo e esperto, sempre bem-humorado (bom humor presente em muitas de suas esculturas), invariavelmente trajando paletó de brim, alpercatas de couro e chapéu, o bonequeiro emergiu do anonimato para a glória em 1947, quando a exposição Cerâmica Popular Pernambucana foi levada ao Rio de Janeiro por Augusto Rodrigues. O artista caiu no gosto das elites e, desde então, virou notícia na imprensa nacional e passou a ser atração turística na feira de Caruaru.


Em outubro de 1960, uma caravana de artistas populares pernambucanos, cujo maior expoente era o mestre da cerâmica, é levada ao Rio. Vitalino é levado aos salões chiques da antiga capital, participa de jantares e recepção em que foram leiloadas 16 de suas peças, confraterniza com Manuel Bandeira, Jorge Amado, Ivo Pitangui, Ari Barroso (o leiloeiro) e outras figuras, é apresentado a governador, prefeito, empresários e artistas, recebe condecoração, conhece o Maracanã, grava programa de televisão, visita a Embaixada dos Estados Unidos e a Academia Brasileira de Letras. Voltou para Caruaru trazendo na bagagem nenhum tostão e a gravação do seu único disco tocando pífano com banda na Rádio MEC, lançado em 1975 (Vitalino e sua Zabumba/MEC).

Depois disso, esteve em Brasília, onde tocou pífano em festas populares, participou de oficinas de cerâmica, visitou o Palácio do Planalto e concedeu entrevistas, e foi levado a São Paulo para um evento patrocinado por uma companhia de aviação. Três meses depois, morreu em sua modesta casa no Alto do Moura. Estava decadente, praticamente não produzia, limitando-se a assinar peças feitas pelos filhos, entregue ao alcoolismo.

O homem, cuja casa virou museu, que foi protagonista de documentário e de peça de teatro (Auto das 7 Luas de Barro, de Vital Santos), personagem de folheto (Biografia de Mestre Vitalino, de José Severino Cristóvão), tema de desfile de escola de samba do Rio (Império da Tijuca, 1977), cujas peças circularam pelos museus mais importantes da Europa e dos Estados Unidos e podem valer hoje até R$ 10.000,00, morreu de varíola, doença típica do subdesenvolvimento. Pobre (mas não miserável como insinuam as abordagens sentimentalistas), foi vítima da ignorância: recusou-se a receber cuidados médicos e foi entregue a um curandeiro. Quando a notícia de sua agonia chegou à cidade, o médico João Miranda acorreu à sua casa, mas era tarde demais. 
Continente Multicultural

sábado, 15 de outubro de 2016

DAREL "de corpo inteiro" E A ARTE ITINERANTE DOS PALMARES

artes

O pintor, desenhista e gravador palmarense diz que tem quatro fases definidas: cidades, anjos, máquinas e mulheres | Weydson Barros Leal


Diz-se que uma das maneiras de se definir Darei Valença é "um gênio de gênio difícil". Conversando com ele sobre arte, porém, não é o que parece, pois se trata de um artista dotado de um humor e ironia deliciosos. A dificuldade de seu "gênio" talvez se deva a uma personalidade inquieta e um espírito assaz refinado, que parece se divertir ao avisar-me antes de qualquer pergunta: "Eu sempre me contradigo. O que eu digo hoje, não será a mesma coisa amanhã. É mais ou menos como a pintura. O quadro nunca é o mesmo. O quadro que vejo hoje não será o mesmo que verei amanhã". Peço-lhe para esclarecer sobre esta advertência, e ele explica: "0 quadro é muito parecido com o casco do navio. Lembro de minha infância e adolescência quando ia ao porto do Recife e via os navios.


Sempre ouvia que aqueles cascos manchados nunca seriam os mesmos, as manchas não seriam as mesmas quando os navios chegassem no próximo porto ou quando voltassem ali. Assim como aqueles navios, a cada dia eu não sou o mesmo e o quadro não é o mesmo". Darei Valença nasceu em Palmares, interior de Pernambuco, em 9 de dezembro de 1924. Sua história, de quase 80 anos, não é simples resumir, pois inclui viagens, pessoas e lugares por que passou desde os 13 anos, quando deixou a terra natal. Nessa idade, foi trabalhar como auxiliar de escritório numa usina de açúcar em Catende, na Zona da Mata pernambucana, onde aprendeu desenho técnico, Aos 17 foi para o Recife, de onde, anos depois, de novo partiria.

 


Até hoje, de cada lugar onde esteve ele traz uma recordação ligada ao desenho, assim como lembra a primeira vez que despertou para esta arte: "Lembro uma coisa boa de minha infância: lá em Catende tinha uma tipografia, uma gráfica, onde trabalhava Bajado, um grande desenhista, que depois foi viver em Olinda e ficou famoso como pintor. Foi ele quem me fez despertar para a arte, aos 6 ou 7 anos de idade, vendo desenhar em talões de jogo do bicho. 

Com ele descobri a sensibilidade do lápis sobre o papel. Seus desenhos eram sempre instigantes e me fizeram querer desenhar também. Outros pintores e desenhistas podem ter sido despertados por Piero della Francesca ou Michelangelo. Quanto a mim, eu vi a arte através de Bajado. “Chegando ao Recife em 1941, Darel iniciou estudos de desenho na Escola de Belas Artes. Foi expulso, segundo ele, porque não aceitava os modelos de gesso, preferindo retratar artistas como Greta Garbo, que via nas revistas de cinema — arte que até hoje é uma de suas paixões: “Gosto muito de música e cinema. Desde menino vejo e gosto de cinema. Creio até que a cinética e a imagem do cinema me influenciam.” 

Diferente da maioria dos pintores sobre quem outros pintores predominam como influência, para Darel são a fotografia e o cinema que lhe despertam a observação do comportamento e da alma humana, isto sim, elementos marcantes em sua obra: Todo o meu trabalho tem algo nas dobras de sua alma que também está nas dobras da alma humana”, traduz. Inquieto em sua própria alma, aos 20 anos Darei já estava no Rio de Janeiro. Começou a estudar gravura com Henrique Oswald no Liceu de Artes e Ofícios. A arte da litografia, conta Darel, aprendeu nessa época, com um homem simples que apenas conhecia como “Bacalhau.”


Bacalhau fazia litografias industrialmente, para criar estampas de tecido, cartas de baralho, caixas de biscoito Aymoré. "Anos depois, lembra Darel, quando cheguei ao Museu Nacional de Viena para fazer um curso de litografia, o professor me disse: — Mas você já sabe tudo!..." Durante os dois anos em que viveu na Europa, Darel desenhou inúmeras "paisagens" e executou 12 murais para a cidade italiana de Reggio Emilia. Neste período, conheceu Giorgio Morandi. "Era uma época de muita ebulição. Havia muitos debates sobre a validade dos ismos — quase sempre sobre o 'figurativo' e o 'não figurativo'. Era a tônica das brigas entre os artistas. Sempre que eu tocava no assunto, ele, Morandi, me respondia com uma metáfora. Lembro certa vez, quando estávamos na sala de seu pequeno apartamento, e lhe perguntei algo como 'o que você acha do figurativo e do abstrato'? Ele respondeu: — Precisamos reencontrar a confiança na natureza. Então, apontando a paisagem pela janela, eu quis saber: — Essa natureza? E ele: — Não esta que nós vemos, mas aquela em que nós acreditamos e que está dentro de nós..."


Comento sobre o "erotismo" ou sensualidade latente em seus desenhos, cujo tema é a mulher, e pergunto-lhe sobre afinidades com pintores como Egon Schiele. Darel explica suas filiações: "Sou mais ligado a Gustav Klint, Bonnard, Francis Bacon, lberê, Pancetti. Vejo beleza e sensualidade em toda obra de arte em que o artista esteja completo, por inteiro. Você já notou quanta sensualidade — e até mesmo sexualidade — em quadros de Bonnard, Morandi? Os artistas, em sua maioria, não penduram sua parte sexual atrás da porta quando estão trabalhando, estão completos, estão de corpo inteiro. "Quero insistir sobre o tema da mulher”, da vontade e do impulso que o fazem persegui-lo em cada desenho. Mas dessa vez, ele nega: "Não 'persigo', não procuro. Eu encontro episódios”. Meus episódios estão na paisagem, nas máquinas, nos gatos, nas mulheres, até num canto de muro mijado por um cachorro. Não sei por que aparece o desejo de pintar, desenhar, gravar... E, curiosamente, completa: ”Não sou ligado à sexualidade, sou ligado a tudo que me fala ao lápis”“.

Esta matéria faz parte da Revista CONTINENTE MULTICULTURAL
Edição Especial /2006
Artista de Pernambuco - Poder das Formas e Cores

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

EM QUEM DEVEMOS ACREDITAR?

SAÚDE


A Batata Frita está entre os 10 Piores Alimentos Para Diabéticos diz o site Dicas e Saúde

"A batata frita é um dos piores alimentos para diabéticos, O problema aqui não está só na fritura e das grandes quantidades de gorduras trans, mas também na substância mais cancerígena de todas: a acrilamida, que se forma quando batatas brancas são superaquecidas. Além disso, a presença do óleo causa o mesmo efeito que o salgadinho, causando inflamações, agravando problemas cardíacos, câncer e artrite."

a batata inglesa é O SUCO QUE CURA GASTRITE, CONTROLA DIABETES, PRESSÃO E LIMPA COMPLETAMENTE A PELE! diz o site curapelanatureza do r7


A Industria da Saúde é o maior negócio da China Globalizada, além de vender medicamentos que não cura e te deixa compulsivamente louco e alienado, vende informações negativas que te deixa cada dia mais desenformado do assunto, estou falando das pessoas que sabe ler, escrever, são formados e tem poder de comprar formulas mirabolantes, tudo isso em busca do melhor veneno para a cura da diabetes, imagine o que acontece com o inverso: quem não sabe ler, escrever, são semi-analfabetos e não tem poder de compra, esses sim, ficam cegos, perde uma perna ou um dedo e  morrem mais cedo. 

Afinal: EM QUEM DEVEMOS ACREDITAR?







segunda-feira, 10 de outubro de 2016

LUIZ BERTO E A ARTE ITINERANTE DOS PALMARES

BLOG DA PESTE


Em Palmares quem não conhece a Besta Fubana? ou o próprio criador da obra o famoso Escritor palmarense "Luiz Berto", o abestalhador do mundo como ele se caracteriza no seu blog JORNAL DA BESTA FUBANA 

Luiz Berto Presidente do Brasil

Especialista em generalidades, extremista de centro, peruador sem compromisso, dono de um currículo sem qualquer saliência digna de note, autor de uma obra perfeitamente dispensável, azeitador do eixo do sol, ensacador de fumaça, fiscal de feira, carnavalesco, cachasista e autor das obras: A PRISÃO DE SÃO BENEDITO - 1982; O ROMANCE DA BESTA FUBANA – 1984; A SERENATA – 1986; A GUERRILHA DE PALMARES – 1987,PEIBUFO; ETC. E COISA E TAL – 1989; MEMORIAL DO MUNDO NOVO – 2001; HISTÓRIAS QUE NóS GOSTAMOS DE CONTAR 2016 e que quiser ter acesso a mais "Um amontoado de sandices que dificilmente será superado. E tudo que se pode dizer do Jornal da Besta Fubana." (Financial Times, Inglaterra) Acesse http://www.luizberto.com

domingo, 9 de outubro de 2016

JORNAL O OLHO E A ARTE ITINERANTE DOS PALMARES

LITERATURA INTEGRAL


Alguma vez você parou para ler alguma descrição de paginas no Facebook? E se parou, já encontrou algo parecido com a descrição do Jornal "O OLHO"? Pois é, o nosso amigo Jaorish Telles já falecido deixou essa relíquia de texto para os apaixonados por literatura dinâmica. Veja a descrição na integra. 


OMISSÕES AOS REGISTROS DOS FATOS SÃO PÁGINAS EM BRANCO DA HISTÓRIA.
VAMOS SOCIALIZAR AS INFORMAÇÕES!
ESTE GRUPO DE MENSAGENS É DO JORNAL O OLHO.
ESTÁ ABERTO PARA POSTAGENS DIVERSAS ABORDANDO TEMAS ECLÉTICOS (CRÔNICAS, NOTÍCIAS, AVISOS, COMENTÁRIOS, NOTÍCIAS, FOTOS E VÍDEOS), CONTANTO QUE HAJA RESPEITO E NÃO DESÇA AO BAIXO NÍVEL DE CALÃO OU PORNOGRÁFICO NEM ATAQUEM OS MEMBROS DO GRUPO (POR FAVOR EVITEM ATAQUES PESSOAIS, CALÚNIAS, INJÚRIAS E DIFAMAÇÕES).
NOSSA HISTÓRIA:

Jaorish Gomes Teles

E O GRUCALP SURGIU DE OLHO ABERTO!

O Grupo Cultural dos Palmares (GRUCALP), surgiu e, 1962. Um grupo de jovens intelectuais uniram-se à José Telles da Silva Júnior - Telles Júnior, e à Eliel Soares (na época, organizavam a Revista "A Esfinge", abrangendo artes, filosofia, esoterismo). Esses jovens já se dedicavam à Arte, agindo em teatro, literatura (obras inéditas, e por este motivo, com ânsias para conseguir uma gráfica-editora e fundar um jornal).

O povo palmarense estava mesmo revoltado com os abusos do poder do Promotor Público que usava o AI-5 de todo o jeito, perseguindo cidadãos. Logo após esse incidente com os Membros do GRUCALP, o Promotor foi transferido para outra Cidade. Mas o mal estava feito, os traumas instaurados nas vítimas da brutalidade do Regime.

O REGISTRO DO GRUCALP (essa sigla apareceu em 1969, criada por Eliel Soares da Silva)
Naquele Processo que foi Arquivado após devidas constatações, um dos “crimes” foi Telles Júnior citar a obra “Humilhados e Ofendidos”, do romancista Dostoievski, numa época quando era mal visto quem citasse os russos, mesmos sendo Dostoiévski um Romântico! Era época de gente mesquinha se prevalecer por contatos com militares e por qualquer abuso entregar alguém de bandeja, acusando de subversivo ou de agitador. Época de medos, cuidados para não ser enquadrado no AI-5 e os grucalpenses não pensaram nisso, na ânsia de registrar e denunciar fatos absurdos. Nada além de informar e colocar em ação o dom literário.

E assim Palmares viu militares colocando O OLHO debaixo dos braços, recolhendo O OLHO num Fórum, onde quem deveria estar como processado por desrespeito ao Símbolo Nacional Maior, -que é o nosso Auriverde Pendão, -transgressão dos Direitos das Crianças e Adolescentes e abuso do poder. Ou seja, o próprio Promotor Público que deveria fazer cumprir as Leis e o Respeito e manter a Ordem. Mas era época "de abusos" e extrapolações. Até o Prefeito em gestão na época, Milton D'Emery, do Partido da oposição ao Regime, o MDB, assinou como testemunha contra os artistas, segundo foi visto o documento pelos Membros do GRUCALP lá no DOPS - Recife. Daí em diante, ninguém sabia mais quem era quem, porque o Professor Ivon Ferreira Lins (citado como um grande serviçal do Regime), Dr. Pedro Afonso de Medeiros (foi interventor em Palmares, durante 15 anos, nos anos da Ditadura Vargas)- e o Tenente Coronel Delegado da Cidade dos Palmares, defenderam os jovens escritores!

Outra grande “acusação” era o “Grupo Cultural” não ter Registro, e por este motivo, considerado clandestino. Reuniões clandestinas não eram admitidas pelo Regime! A advogada Elizete preveniu sobre isso, quando houve o recolhimento o Jornal o O OLHO por ordem do Promotor Público. Ela rapidamente queimou todas as provas sobre o surgimento do Grupo Cultural em 1962. Ficava mais complicado ter provas sobre Reuniões antes de 1964 e todo esse tempo sem registros, apenas um livro de Atas e obras literárias arquivadas.

Telles Júnior fez um Estatuto às pressas e com apoio do Advogado Tabelião Rubem de Lima Machado, houve registro e publicação no Diário Oficial. Para não milindrar, a data de fundação do GRUCALP foi registrada como dia 17 de agosto de 1969 (complicaria citação da data ser antes do golpe de 1964 e atrairia investigações; embora tudo surgiu em 1962, e com desaparecimento do Primeiro Livro de Atas, se perderam datas, memória apagada). Mas no texto, a ideologia grucalpense impressa: “concorrer para o desenvolvimento da solidariedade e da boa vontade entre as criaturas... sem distinção de sexo, cor, posição social ou crença... promover o aglutinamento dos jovens no sentido de aproveitar, melhorar e divulgar os elementos intelectuais segundo seus pendores artísticos...”

O Dia 17 de agosto tem algum significado em outro ano anterior a 1969, porém tudo foi perdido em Livros de Atas queimados nas emergências dos fatos de Setembro/69. A Data da 1a Reunião, em 1962, se perdeu no tempo de repetições sobre a data 17 de agosto/69, registrada no Estatuto (como dizia o poeta Waldemar Lopes, “uma mentira muito repetida, se transforma em verdade na História”)... E a repetição sobre o Aniversário do GRUCALP ser dia 17 de agosto e ter fundação em 1969, se tornou uma verdade.

É necessário explanar, registrar os fatos. E após esse episódio grotesco e cruel, a primeira programação pública foi uma Reunião na casa da advogada Elizete Alves, com Telles Júnior proferindo Conferência sobre DIREITOS HUMANOS E CORRETAS RELAÇÕES SOCIAIS. E as Reuniões Públicas do GRUCALP, sempre marcadas em Datas Comemorativas do Calendário Nacional e Mundial, tais como a data da Queda da Bastilha, o Dia Pan-americano, Dia Mundial dos Direitos Humanos, Inconfidência Mineira, Batalha dos Guararapes... E principalmente, cultuando o nome dos Quilombos dos Palmares e do Herói Zumbí dos Palmares, o Patrono do GRUCALP. Todos os grucalpenses sempre foram embevecidos pela bela História dos negros rebeldes do Quilombo dos Palmares. Telles Júnior foi um grande divulgador das causas dos Direitos de Igualdade Racial e do nome de Zumbí dos Palmares. Numa época que ele não era reconhecido como herói Telles dizia que Zumbí era o maior Herói Brasileiro.

Uma das Lutas mais importantes do início do GRUCALP: Nomear a Biblioteca Pública Municipal, homenageando o poeta dramaturgo Profº Fenelon Barreto (tio de Givanilton Barreto Mendes). E os grucalpenses conseguiram levar a Biblioteca para o prédio do Clube Literário dos Palmares que servia apenas de salão de danças administrado por Joel Santana e por Dermeval Miranda. Sendo Biblioteca Pública, o local ficou sob a Direção da Profª Jessiva Sabino de Oliveira, que cuidava do acervo do Clube Literário no prédio do Grupo Escolar José Bezerra. Antes disso, os grucalpenses foram ativos, salvando livros e obras de Arte, quando houve um incêndio criminoso contra o acervo do Clube Literário que estava num salão do Grupo Escolar José Bezerra (tinha arquitetura antiga mas havia interesses de derrubada do prédio e no lugar, construíram a horrível Rodoviária, - atual Rodoviária Municipal, na Rua da Conceição, Centro de Palmares).

SOBRE O GRUCALP: UM DOSSIÊ DE RESISTÊNCIA ARTÍSTICA E CÍVICA!

O Grupo Cultural dos Palmares (GRUCALP) não foi criado nem fundado. Surgiu de aglutinações de jovens ávidos para soerguer o nível cultural da Cidade dos Palmares e fazer uma Rede Cultural com as Cidades circunvizinhas.

Na época, Palmares estava em decadência cultural. O Clube Literário em abandono.
José Telles da Silva Júnior exercia uma magnética atração dos jovens interessados em Arte, Filosofia e Cultura. Muito brincalhão, piadista, conseguiu ter sempre vários jovens por perto. E ao ver esse agrupamento unido, promovendo Palestras, Conferências; fazendo teatro, escrevendo e poetando (sem pretensões de formar uma associação ou entidade cultural), o povo dizia: “é o Grupo Cultural”. No Estatuto, está registrado o ano de 1969, porém a História começa em meados de 1962.
Desde a Década de ’50, o poeta, pintor, escultor e teatrólogo José Telles da Silva Júnior, liderou jovens artistas. O Poeta e Filósofo Eliel Soares, contou como em 1962, Afonso Paulo Lins o levou à casa de Telles: Quando ficou curioso, ao passar defronte a residência do Artista, ouvindo Música Clássica, perguntou, “essa música nessa rua?” E o poeta Afonso Paulo respondeu, “aqui mora um artista esotérico, um astrólogo e intelectual autodidata".

Esse fascínio, principalmente pelo lado místico-filosófico de Telles, era generalizado entre a juventude curiosa para saber mais e mais sobre as misteriosas conversas do Artista.
Dezembro de 1966: Telles Júnior e Eliel Soares publicaram a Revista A ESFINGE, abordando Arte e Filosofia, fortalecendo o Grupo Cultural formado.

Equipe inicial de Sócios Membros do GRUCALP (ditos "fundadores"do GRUCALP) era formada por adultos e por adolescentes: Telles Júnior, Eliel Soares, Iolita Domingos (do Coral da Igreja Batista e Educadora teatreira), Juarez Barbosa Correia (poeta dramaturgo, formou o GETEP – Grupo Estudantil de Teatro dos Palmares), João de Castro Ribeiro (tinha um Grupo de Teatro no Bairro de Santo Luzia), Givanilton Mendes Barreto (ator, poeta e fotógrafo), Elizete Alves (advogada, atriz e educadora), Valter Pedrosa (poeta e escritor), Gilberto Alves, José Valter Ribeiro, Levi Alves Maciel. Há citação de um Padre que frequentava as Reuniões, porém a intenção era manter a neutralidade religiosa. Os jovens também não quiseram se ligar a Partido Político e candidatos ou políticos que se aproximaram, logo se distanciaram ao ver que era um Movimento puramente Cultural Artístico!

O popular Maromba, ativista da Política de Esquerda da época, participou do GRUCALP, porém quando foi preso em 1964, manteve sigilo sobre sua participação, embora assumindo ser do Partido Comunista. Ele preservou a equipe de jovens artistas e depois se afastou definitivamente do GRUCALP. Outros grucalpenses também fizeram o mesmo quando se envolveram nas enrascadas contra o Regime, afinal, Palmares sempre teve tradições culturais soberanas e preservar os valores artísticos sempre foi primordial em todas as Lutas.

A Cidade não tinha um Jornal. E criaram o JORNAL O OLHO, tipo “mural”, defronte à Livraria Costa, lá na Rua Vigário Bastos, onde atualmente é o prédio do BRADESCO. Era um sucesso! O povo ficava ansioso para ver as crônicas sobre os fatos da Semana ou do Dia. Uma correria para ver as crônicas escritas pelos jovens "do Grupo Cultural".

A Livraria era um ponto cultural importante. Sr. Odilo Costa era um livreiro arraigado às tradições culturais palmarenses. Era o lugar para onde os cidadãos que gostavam de ler se encontravam para confabular sobre assuntos literários e fatos da atualidade. Não faltavam curiosos por perto, ansiosos pelas novidades e para saber o que os intelectuais conversavam.

Até que um dia o Jornal O OLHO foi impresso em gráfica.
Semana da Pátria de 1969: GRUCALP defendeu Símbolo Nacional e foi acusado de subversivo!
Em 7 de Setembro de 1969, o Desfile Patriótico foi desorganizado. Não havia um percurso determinado pelo Governo e o Diretor do Ginásio Municipal fazia as próprias Leis. E na bagunça das Escolas se desencontrando, se se abalroando, o Ginásio Municipal imprensou o Grupo Escolar José Bezerra, derrubando crianças e até o aluno portando a Bandeira Nacional, José Orlando Henrique de Souza (ele foi Membro do GRUCALP, junto com o irmão José Henrique de Souza). A Bandeira Nacional foi pisada pelo “pelotão do Promotor Elefante”, como populares apelidaram Dr. Laércio Pacheco (também Diretor Interventor do Ginásio Municipal quando o Profº. Brivaldo Leão, Diretor do Educandário, foi preso em 1964).

O povo ficou revoltado. O Jornal O OLHO registrou e criticou as “autoridades locais” com as Matérias: ATITUDES DE UM CERTO PROMOTOR PÚBLICO (Bacharela Elizete Alves), PARECE MENTIRA, MAS É VERDADE (Telles Júnior), DEIXAI VIR A MIM AS CRIANCINHAS PORQUE DELAS É O REINO DOS CÉUS (Iolita Domingos), NÓS ACUSAMOS (Juarez Correia), AO DIA DA INDEPENDÊNCIA (Juarez Correia), DESFILES E DESFILANTES (Juarez Correia), ESCLARECIMENTO AO POVO (Elizete Alves).

O Promotor da Comarca ordenou recolhimento do Jornal para o Fórum dos Palmares. E denunciou os jovens escritores, enquadrados no AI-5.

Não demorou chegar o Radiograma No 149 do dia 12 de Setembro, enviado pelo Comando do IV Exército ordenando aprisionamento de Diretores do GRUCALP, autores das crônicas. Enviados para o Departamento da Ordem Política e Social, DOPS - Recife, acusados de agitadores e subversivos (Telles Júnior, Elizete Alves, Juarez Correia e Givanilton Mendes). Juarez Correia não foi detido logo porque era de menor, mas no dia que completou 18 anos de idade, uma Patrulha veio pegar o rapaz no seu “feliz aniversário”. Iolita Domingos também escreveu naquela ocasião, porém era de menor idade.

Elizabeth Gomes Teles (foto ao lado), esposa de Telles Júnior, “a Mãe Beth do GRUCALP”, articulou apoio local e portando cartas de defesas (do Bispo Dom Acácio Rodrigues Alves, do advogado Dr. Pedro Afonso de Medeiros; do Presidente da Associação Comercial dos Palmares, Professor Ivon Ferreira Lins, além de outros palmarenses), foi até ao DOPS – Recife e somente voltou com os “filhos grucalpenses” e o marido. Até o Tenente Coronel PM, Delegado de Polícia da época, testemunhou a favor dos jovens artistas, enviando Ofícios relatando o abuso de poder do Promotor Público e a sobre a bagunça desgovernativa municipal da época; contando como até o Pavilhão Nacional foi pisado por ordens do “Promotor Elefante”. Assim se expressou o Delegado: "I - Com o presente estou encaminhando a V. S. a Senhorita Dra. Elizete Alves dos Santos, os Senhores José Telles da Silva Júnior e Givanilton Mendes Barreto, na conformidade com vosso Radiograma No 149 do dia 12 do andante. II - Cumpre-me o dever, entretanto, de informar a V. S. que a referida Senhorita não é agitadora, pois mediante sindicância procedida por esta Delegacia, em meio conceituado desta cidade, não se constatou estar a mesma envolvida em agitação. Trata-se de uma moça formada em Direito, exerce advocacia no Foro desta Comarca, exercendo também o cargo de Professora em alguns Educandários desta Cidade, nunca foi dirigente de Classe, não consta do Arquivo desta Delegacia qualquer antecedentes que a comprometa, por conseguinte é de se supor que houve acusação infundada. III - Ocorre que no Dia da Pátria, 7 de Setembro, o Ginásio Municipal que tem como Diretor o Dr. Promotor Público desta Comarca, ao desfilar "dirigido" pelo seu Diretor por inprovidência "deste"imprensou o Grupo Escolar José Bezerra, que também desfilava, saindo várias crianças deste último com as vestes amarrotadas e a Bandeira Nacional jogada ao solo, houve protesto do público, inclusive da aludida Senhorita que tinha o dever de defender seus alunos que foram os mais atingidos. Quanto aos Senhores acima citados, também nada consta que os comprometam em agitação."...

E a História continua.

O OLHO continua aberto e ativo registrando os fatos e contando a História do nosso Povo!






LA GRECA E A ARTE ITINERANTE DOS PALMARES

LA GRECA

Vicente La Greca, mais conhecido como Murillo La Greca, palmarense nascido em 3 de agosto de 1899, faleceu no recife em 5 de julho de 1985, pintor e professor, filhos dos italianos, Vincenzo La Greca e Tereza Carlo Magno, era o mais jovem de doze irmãos.

Vicente La Greca começou a se interessar pela arte quando ainda era uma criança, passando a pintar regularmente com doze anos de idade.

Aos dezoito anos deixou o Recife e foi estudar no Rio de Janeiro, no atelier dos irmãos Bernadelli.

Entre 1919 e 1925, residiu em Roma, onde se matriculou em três escolas de arte. Durante esse período, ele foi estimulado por seu irmão mais velho, José La Greca, que sempre financiou suas viagens para estudar.













Voltou ao Brasil em 1926 e conquistou o reconhecimento de seus conterrâneos, chegando a ser premiado em diversos salões nacionais, entre elas uma medalha de prata no Salão Oficial de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1927, com o quadro Os últimos fanáticos de Canudos.

Durante sua segunda estada no Rio de Janeiro, La Greca conheceu o pintor Cândido Portinari, com quem chegou a dividir apartamento. Mesmo depois de voltar a morar no Recife, eles continuaram se correspondendo por longo tempo. Apesar de amigos, La Greca rejeitava as obras de Portinari por estarem fora dos parâmetros da arte clássica.

Tornou-se professor da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde conheceu e se apaixonou pela aluna Sílvia Decusati, também de origem italiana. Em 1936 eles casaram e foram morar na Itália, onde La Greca dedicou-se ao estudo dos afrescos. De volta ao Brasil, um mês antes de eclodir a Segunda Guerra Mundial, ele recebeu o convite para pintar os afrescos da Basílica da Penha, no bairro de São José, no Recife.

No Recife, exerceu atividade de professor da Escola de Belas Artes, instituição que ajudou a formar. Nesta época teve seu trabalho desprestigiado por gerações de artistas mais jovens, seguidores das novidades preconizadas pelas vanguardas modernistas, o que o fez afastar-se das lides artísticas por muito tempo, e deixando de promover exposições. Apesar disso, esse foi o período em que ele produziu alguns de seus trabalhos mais famosos, como Primeira aula de Medicina, encomendado pela Universidade Federal de Pernambuco e os retratos do engenheiro Vauthier e do Conde da Boa Vista, para a sede do Teatro de Santa Isabel. Destacou-se por pintar temas históricos, sendo um de seus quadros mais famosos O fuzilamento de Frei Caneca.

Com a morte da sua esposa em 1967, seu ritmo de produção diminuiu consideravelmente. Sílvia era para ele uma verdadeira companheira de profissão e musa inspiradora, tendo sido retratada em diversos de seus quadros.

Em homenagem à esposa, Murillo quis fundar um museu, onde constaria todo o seu acervo e haveria uma sala dedicada aos trabalhos de Sílvia, que também era pintora. Para realizar este sonho, conseguiu o apoio da prefeitura da cidade do Recife, sendo que o museu foi criado no mesmo ano de sua morte, levando seu nome, Museu Murillo La Greca.
 


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